sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A odisséia das sandálias benditas


Estão sentindo uma onda de renovação no ar?
Pois bem, vem vindo aí um vento de novidades.
Sei lá, eu ando sentindo isso tão forte que às vezes me perco...
Mas, por falar em renovation, acabei de renovar meu estoque de sandálias.
Hein?!!!
Isso mesmo. Ser de Luz, vulgarmente conhecido como Eros detonou o estoque. E a tia aqui estava andando de sapato em dia de sol. Argh! Ninguém merece!

Hoje me enchi de coragem e fui em busca de umas sandalinhas bem básicas, estilo chinelão mesmo.

Numa das lojas, o moço me atende e diz:
- Agora só tem masculina. Mas essa 37 acho que dá pra você.

Eu faço cara de 'nem vou responder', agradeço e saio.

Loja dois, a meiga atendente me leva a uma gôndola escondidinha e fala que acabaram as de numeração menor, todo mundo comprou e tals... Mas, ela olha para outra gôndola, não menos escondidinha, e fala assim:
- E essas aqui? São lindinhas, não quer?
- Pô, essas são infantis. Da Hello Kitty! - fico até meio incrédula.
- Ué, mas é tudo sandália - ela fala rindo, na vã tentativa de soar simpático. Ahãn...

Meu olhar fuzila a moça até o último osso. Eu saio agradecida pela habilidade vendedora, um prodígio.

Penso comigo como pode ser tão complicado comprar um simples chinelo, borracha básica pra colocar sobre o chão. Aliás, foi assim que eu tive de explicar o que eu queria comprar. Complexo, viu?

Final das contas, achei uns chinelinhos bons e baratos. Estou deleitando um deles neste exato momento. E me dou conta de como os pés são importantes e a gente abusa deles. Com eles eu desvendei meio mundo, conheci uma pá de gente, abandonei outra pá, tirei poeira do chão de quem não me merece, varri mil léguas de histórias para renovar meus caminhos, faço meu day by day mais leve, mais ameno. E macio. Como esses chinelinhos.

A bênção, Nossa Senhora das Sandálias!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sou Sexy


Resolvi dar um tempo.
Da seriedade e do tom pastel-comportado, porque eu sou feita de cor e hormônios.
Agora sou bicho solto, cara lavada e cheiro de alfazema. Só.
E é assim que eu gosto de andar: de havaianas (a última, porque o Eros acabou de comer as tirinhas), sol ardendo na minha pele e o vento fazendo cosquinha.
Troquei os profundos mergulhos pelo frescor da minha varanda.
Cuidar de planta rende muitos arranhões e dedos cortados e uma satisfação danada depois.
Jogar conversa fora (fora de onde, meu deus?) hidrata, caminhar sem objetivos tonifica, jogar bola por quarenta minutos com seu cachorrinho limpa karma brabo e rir alto rejuvenesce.
Encontrar com a lua e fazer pedidos secretos cria a cumplicidade eterna com o universo.
E é isso o que desejo: um cúmplice. Do ordinário ao devaneio.
Nada mais simples.
Nada mais Sexy, a cor do meu esmalte.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A vida tem umas surpresinhas guardadas em cada lugar!
Desta vez foi na feira.
A mesma feirinha de rua de toda semana. Cheia de cores, dos gritos dos vendedores (eu amo ouvi-los, juro!), das melecas no chão e da variedade de alimentos que a gente encontra por ali.
Enfim, eu achei um tipo de alho que me deixou tão, tão boba, que não resisti.
Eis o bonito postado aqui, nessa foto aí encima.
Ahan, é alho. De fazer comidinhas.
Em japonês, seu nome é nirá, e se usa para refogar os alimentos.
Eu, por meu turno, não pestanejei. Comprei já pensando em fazer isso aí: colocar num vaso bonito e deixar enfeitando a casa.
Boniteza assim não consigo mandar pro fogo, não.




segunda-feira, 10 de janeiro de 2011



Ontem eu senti medo. Hoje o dia prometia: adrenalina!
Bingo: fui surpreendida por uma chuva ESCABROSA na saída do trabalho à noite, ruas absolutamente alagadas, caos no trânsito, sapatos encharcados e meus dedinhos vão criar cogumelos. Já imaginou: Mouzes ao fungui?
É, foi dureza mesmo chegar em casa sã e salva, porque seca só nos efeitos especiais da minha requintada imaginação.
Dia terrível, dá pra pensar?
No entanto, nada pagará chegar na minha rua e ver um casal de velhinhos na janela, passando das onze e meia da noite, luzes acesas, esperando sua vizinha chegar e entrar a salvo em casa.

Esse casal? Posso dizer orgulhosamente que são os meus vizinhos.
E ainda tem gente que não acredita em anjo da guarda. Tsc, tsc...

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Talento é pra quem pode


Hoje foi dia de faxina em casa.
Afastei os móveis, abri as janelas, espantei a preguiça e até alonguei.
O cachorro apostando que era hora de passeio.
Condição para ir até o fim: depois da faxina, tem passeio do filhote.
Acordo feito, com o acenar morno de um rabinho abricot.
Som nas alturas, música baiana que é pro ânimo não despencar na primeira varrida.
Respiiiiiiiiiira... e vai!

Varre daqui e dali, joga água, passa pano, vem sabão (olha que isso vira letra de sucesso no carnaval, viu?), chuá. Delícia.
E vamos nós:
Passa pano e dança, passa pano, dá uma reboladinha, passa pano e pula, passa pano e cai.
Esparrama no chão, bate o joelhinho e dói.
Ui! Uma dor indizível. Vontade de xingar o sabão! Vem o cachorro em meu socorro, pisa no molhado e sai espalhando pegadinhas de sabão pela área limpa.
Lovelly dog... humpf!

A casa ficou limpinha no fim das contas.
Momento quintal: varridinha rápida e:
...
Cabo da vassoura no olho.
Fala sério!
Limpeza nesse gabarito é só pra quem tem talento.
Depois da faxina épica, vem o momento beleza. Manicure nela.
- O que vamos passar hoje? Um Renda pra começar o ano?
- Melhor o Tomate, que anda combinando mais com meu estilo 2011 de viver.
Ela riu, mas não entendeu.
Minhas unhas vermelho tomate: meu Troféu Faxina.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011


Tem coisa mais chata que gente chata reclamando no seu ouvido todo dia?
Nobody deserves...

No exercício da convivência, a gente faz força, mas sempre tem um para quem sua paciência precisa de uma reserva extra.

Esses dias estava conversando com uma amiga que convive com uma dessas. E ela me contou uma história que adorei.
Nos corredores da empresa, bastava avistá-la e o chororô começava.
No almoço, sua rodada de queixumes.
Na carona até o metrô, kit lamúria em ação.
Semanas a fio vivendo esse pelourinho a minha pobre amiga.

Até que seu último estoque de paciência acabou. E ela começou a fugir da falastrona.
Ouvia a voz da danada, ela corria pro banheiro.
A criatura nefasta entrava na sua sala, ela sempre estava ocupada.
Nunca mais teve tempo pro almoço. O chefe sempre pedindo um relatório na hora exata em que elas saíam para comer. Que coisa!
Carona? Melhor ir caminhando. É bom e ajuda a emagrecer.

Dia desses ela veio, meio desconfiada com a incoveniente pergunta: vamos almoçar? Juro que hoje te poupo dos meus problemas.

Pobrezinha da minha amiga: acreditou. E foi.

A outra até que tentou se conter, mas vício é vício. Dali a pouco, descorria aquele velho rosário, porém agora com um adendo de todo chato que, além de chato, se faz de vítima:

- Não tenho ninguém pra dividir os problemas. Estou me sentindo sozinha.

Ao que minha amiga resondeu, espirituosa:

- Eu imagino. Quando quiser desabafar, querida, escreva tudo num papel e queime. Entregue ao Cosmos. Faz um bem que você não imagina!
Taí, pessoal. Remédio pra chatice. Simples e direto, melhor que DR, feedback e sinal da cruz.
#ôquemaldadefellings

domingo, 2 de janeiro de 2011

ano do cachorro



Todo dia começa do mesmo jeito: preciso levar o meu digníssimo cachorro pra caminhar.

Essa semana topei com um adestrador de cães (interessantíssimo, por sinal), que me deu várias dicas de como acalmar a fúria mordedora do meu pequeno, que anda comendo todos os fios da casa.

Pro saco: fio do dvd, fio do aparelho de som, cestinho, quase o cabo da Net!

Pois bem, o adestrador no meio do caminho foi a bênção do ano novo.

Segundo ele, um animal cansado responde melhor aos comandos. Ele me disse:

- Você precisa dar desafios a ele. Quanto tempo você anda com ele todo dia?

Respondo toda orgulhosa que ando uns 20 minutos. Ele riu e falou:

- Pouco. No mínimo, 40 minutos e em terrenos ingremes. Ladeiras. Assim, o cachorro gasta a energia dele e não destrói mais a casa. Geralmente, com esses 40 minutos, nem precisa sair com ele duas vezes no dia.
A relação custo x benefício me atraiu.

Me animei toda e lá vamos eu e o Eros ladeira acima, ladeira abaixo. Até que cheguei na Bela Flor. Uma rua.

Eu fiquei pensando como alguém consegue passear com animais naquilo. Só dá acesso a pássaros e borboletas. A rua é tão íngreme que me pareceu é uma parede quase.

Tomada de coragem eu desci a Bela Flor. Ok, ok. Pra descer todo santo ajuda afinal. Na subida, todos os santos e orixás fogem, é claro. Quem vai querer subir uma rua daquela?

Isso mesmo: eu.

Respirei fundo, olhei pro Eros e disse:

- Agora, filho, você cansa e a gente volta pra casa.

Eu subi com a língua pra fora. O Eros? Saltou, pulou, subiu e chegou lá encima cheio de ânimo. Lá em cima, parada pra respirar fundo e muito. Ele me olhando, todo animado.

Chegamos em casa. O apetite dele aumentou. Sede também. Cansaço? Not."É o primeiro dia. Com o tempo ele acostuma e cansa." Foi o que eu pensei.

Faz quatro dias que a gente anda nesse ritmo. Eu subo ladeiro, eu desço ladeira, enchi de desafios íngremes a caminhada do meu cachorro, e parece que a disposição dele só duplicou. Minhas sessões de alongamento idem. Só de pensar na Bela Flor meu coração palpita. Mas, estou otimista e vamos continuar tentando.

Afinal, o pior que pode acontecer é eu perder uns 5 quilinhos e contratar um adestrador de cães como meu personal trainer.

Faxina

Ano novo tem faxina dentro e fora.
E o blog faz parte disso.
Agora ele tem mais carinha de mim mesma.

Cês gostaram?

:-)