sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

final = começo


Agora dá para entender que tudo é processo.

que umas coisas terminam para dar lugar a outras.
que quando é chegada a hora, não tem jeito. é a hora.
que finais e começos são dois lados da mesma moeda.
mudanças são o tempero da vida, a roda grande da vida em movimento.

Entendi que cada um só pode dar aquilo que tem, não adianta querer mais. Todos estão vivendo seus cadinhos, seus dramas e paraísos. Havemos de compreender isso e ser gentis uns com os outros. Mais ainda: ser gentis conosco mesmos.

Existe uma ordem maior orquestrando a nossa história, com sabedoria e seiva ímpares.

E, sim, eu gosto de pensar nisso. Gosto mais de me perceber dentro do movimento. Tem nome de fluxo. Tem gente que dá este nome ao controle e pensa que é fluxo. Não é. As cordas da resistência estão arreadas, mas existe intenção. Fluxo tem uma cadência toda própria, uma correnteza leve que é quase sopro te levando. Uma dança sem par, só você e sua historinha única. No fluxo a gente cresce, desabrocha, aprende a rir, desafia a dor com alegria e sobriedade.

O medo acaba quando o fluxo abre caminho, feito lençol de água criando frestas nas rochas.
E você desperta e está incrivelmente mais próximo de sua própria essência. A luz só é possível porque você mergulhou na escuridão do seu lado B, e dentro dela pode acender a chama. O que era pântano agora é farol e você ilumina, irradia, aquece e descobre.

Eram umas seis da manhã e um gatinho preto sentado na janela de uma sala de aula.

Ele queria desesperadamente entrar...


;)


domingo, 21 de fevereiro de 2010


"não seja leviano com o coração dos outros;

não ature gente de coração leviano"

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

a vida e o picadeiro

Trapalhadas e cambalhotas. Assim venho dividindo meu tempo, entre palco e bastidores.
Desde a mudança de casa, a vida resolveu dar pinote. Alguma indigestas supresas, outras dulcíssimas revelações.
E nesse embalo, a gente tem duas alternativas: queixar ou superar.
Fácil? Nem um pouco. Até pelo costumeiro hábito de contabilizar mazelas. Infelizmente reconheço que todos temos um tiquinho desse troço guardado no gene. :/

Mas, com algum esforço e vontade, a gente muda o disco, sobe no picadeiro, faz palhaçada e ri da gente mesmo, das bobices que nos fazem humanos. A gente somos essa soma. E aí? Melhor coisa é abraçar o momento, entender o recado, passar a mensagem adiante para beneficiar quem quer que seja. E essa vida é teia e todos estamos interconectados; mais do que desejamos, mais do que supomos.

E no apagar e acender das luzes, eu no picadeiro escolhi os amigos e o riso. Fórmula imbatível para se manter lúcido em meio às tormentas. E foi rindo que encontrei calma. Foi respirando que achei espaço. Foi me acolhendo que entendi alguma coisa. E ouvindo outros, pude escolher. A vida vai continuar acontecendo com suas esquinas e surpresas. E eu vou continuar subindo no palco, trombando e dando cambalhotas. Vezes escorregando, vezes caminhando em segurança. O show tem de continuar e a caminhada ainda é só no começo.

Depois da chuva, faz silêncio.
E agora eu escuto muito mais as ausências e as compreendo melhor.
Hoje eu me sinto melhor, pois me tirei da sala de espera. Não sou mais visita de mim. Faço mais parte, mais integrada ao que escolhi ser. Cada vez chegando mais perto.
Eu. Narizinho de palhaço, descobrindo a vida em colorido e graça, para fazer da alegria o remédio eterno para a dor.