quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

arte de ser pássaro



A música da vez é Blackbird, dos Beatles.

Além da melodia extremamente doce, comecei a viajar na letra.
E foi susto e delícia.
Pensar que ser livre é muito mais uma questão de olhos do que de asas...
Imagina?
Tomar de volta a responsa que a gente deposita nos ombros do destino...
Entende?
Dar impulso para o vôo depende de achar céu ou nada feito...
O lance das asas, fortes ou fracas, longas ou curtas é consequência. Delas a gente cuida.
A visão a gente tem de cultivar. Dia após dia.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Acordo com o tempo ou quando meu floral funcionou

"És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho..."

 
Quem diria que um dia euzinha escreveria isso: fiz um acordo com o tempo.
A ansiedade que escavava meu estômago deu uma trégua e  aprendi a esperar.
Não tudo o tempo todo, claro.
Mas, peguei gosto por deixar as coisas caminharem com outro o ritmo: o delas.
E daí que o resultado é ter mais e melhor acabamento, arremate, refile, algo como um toque final.
Muito mais apurado do que a imaginação pede.
Muito mais criativo do que o sonho dita.
Bem melhor que a mais arrojada das previsões.
Com todos os entraves e surpresas que a nossa complacência insiste em esquecer.
E revestido com o prazer único de vir sob medida, e sempre com um bônus track reservado em alguma parte da trama.
O tempo é mesmo rei, que vai ditando suas normas e fluxos e caminhos.
E nós, súditos mortais, tantas vezes rebeldes, discordamos, querendo alterar roteiros. Arquitetamos saídas mirabolantes, vamos driblando uma coisa aqui e outra ali meio desengonçadamente. E nos achamos bem espertos, via de regra.
 
Mas, quem é rei nunca perde a majestade. E a gente vai descobrindo por A mais B, muitas vezes Z, que não dava mesmo; o jeito era saber esperar, aprender. E, entre um respiro e outro, admitir que nossa empáfia foi vencida, nossa pressa e o nosso ritmo impositivo apitaram nada frente ao que sua majestade, Tempo, determinou. Nunca para mostrar força, mas para exercer amor.
Hoje entendo que tudo o que tempo traz ou nega significa amor. Por nós, nossa história, nossos conteúdos, nossos poucos olhos. E ele, quando tantas vezes diz não, quer proteger, equilibrar, forçar avanços. E quando diz sim, quer nos tomar nos braços, fazer cócegas e dizer vai! É teu. Reconhece. Celebra.

"...tempo, tempo, tempo. És um dos deuses mais lindos."