sábado, 29 de outubro de 2011

Cuidado

Flores de fuxico. Artesanato mineiro
Sempre achei que a mulher moderna e independente não tem de ser dona de casa.
Continuo achando.
Mas, hoje respeito a escolha que a gente pode se dar o direito de fazer.
Cuidar da casa não é sinônimo de sofrimento.
A gente não sofre por varrer a cozinha, e sim por deixar embaixo do tapete desejos não realizados.
A gente não chora porque lavou uma pilha de louça suja, mas quando deixa empilhado um sonho ou uma raiva não conversada.
A dor não vem de fazer almoço e janta para a família, mas de não degustar suas próprias vitórias particulares.
Eu descobri que cuidar não é sinônimo de se fragilizar.
É preciso um poder danado para perceber a necessidade de alguém e lhe oferecer o que precisa na justa medida. É fazer porque quer e não porque deve.
Estou descobrindo o poder do cuidado.
E vou mandar pra She-Ha um avental bem florido e bordado no natal que se avizinha.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

coração de mulher, olhos de menina

A roda anda girando tanto que o tempo escorregou pra fora da roda
Aqui e acolá, vou girando a esmo
Percebendo e partilhando o que encontro nas topadas de aqui e de lá.
O mais louco é notar que as andanças de todos são mais ou menos as mesmas
Apontando os mesmos destinos, com algumas alterações de rota, mas enfim.
Nessa roda gigante eu me descobri mais rabugenta que antes, mais exigente comigo, mais flexível com os roteiros e mais compreensiva com os caminhos.
Não, nada fácil, mas tenho aprendido a aceitar o que temos no momento, ainda que tenha ganas de gritar bem alto que "eu discordo de tudo isso aê!".
Do que eu tô falando?
De tudo o que tem feito parte dos giros da minha vida, das voltas, dos atalhos e das jornadas longas. Da falta de tempo de descanso ou da experiência de cavar tempo no fosso da correria toda.
Saldo dessa agitação é uma menina mais forte, mais cansada, mais mulher, mas com o mesmo olhar curioso de menina de sempre. Coração aprende, mas não se perde.