terça-feira, 26 de maio de 2009

eu preciso respirAR

Dias corridos
Mil e uma informações
Milhões de coisas para fazer
Um monte delas: na "lista de pendências", no "quando tiver tempo", no "final de semana", na caixa de entrada, no "mais para frente" ou no "deixa quieto".
Tudo pesando.
Minha cabeça pesa uma galáxia e estou desgovernadinha da silva.
É tudo para ontem e a gente precisa dar certo hoje para melhorar o amanhã. Afe!

Ando meio farta de tanta informação. Cansada mesmo de conteúdo. Livro, texto, e-mail, fala, som, papel, documentos, eurekas e tal. Careço de um pouquinho de ( e s p a ç o ) , para não ser brilhante, para não seduzir, para não ter respostas, mas aceitar as perguntas em silêncio, para não ter opinião formada e deixar que o destino leve a rédea com ele, de não olhar no espelho e ter de fazer escolhas. Queria um dia vazio, despretensioso, largo como o caminho de águas rolando cachoeira abaixo, como um vôo pássaro livre de roteiro, bobo como o riso frouxo que desponta quando a gente sabe ser bem mais simples que o normal.
Queria descer um tiquinho do mundo e descansar. Olhar lá de fora e ver o que faz realmente a grande diferença. Para que se corre tanto nesta vida, deus-do-céu?
Acho que estou carecendo de ar fresco onde eu não precise provar nada para ninguém, sequer para mim, especialmente para mim.
Preciso de tempo, de espaço, sou ariana, mas vivo o momento mais aquariano desses meus trinta e um carnavais, puxa vida!
Preciso de ar, espaço, vazio, oco, ausência.
Esse excesso de presenças e tantas multiplicidades me confundem.

Meu ritmo é outro, meu som é de outro instrumento, porque minha alma é de artista.
Aquela que não quer cobranças, que não curte prazos, que não azeda com atraso e não tem pensamento estratégico porque o barato é descobrir organicamente cada coisa. E pronto: hoje não quero fazer sentido. Sou filha dos meus hormônios todos em desalinho de novo. E haja florais para conter tanto ou descontrolar tudo e voar... como o passarinho que ainda hoje cedo eu invejava a caminho do metrô, lá ia eu em direção a mais uma reunião de quatro eternas horas rebuscadas e cheias de propósito e ele lá: colorindo o céu azulzinho, mergulhado em uma imensidão que só os vazios são capazes de desnudar.
Sim, eu preciso respirAr.