domingo, 25 de abril de 2010


Susto

a poeira dos teus passos
teu jeito de sorrir, quase sem jeito
a conversa leve como antes, como sempre
como se não houvesse hiatos.
E o vento soprando forte um lenço suspenso no ar,
boiando nesse mar de ar ofegante que respiro sem saber
ao certo o que passa?
Parece que vou sufocar ou explodir para sempre.

Susto
Esse olhar que conheço de antes de mim
e me observa de tão longe
Estou confusa, sem saber o que sinto
É alegria ou dor esse não sei quê dentro do peito?
Despenco dos galhos nus das árvores de outono
O vento me soprando rápido para cima, para longe
eu vou para o alto
eu vôo, eu vôo...
para dentro do espelho que acolheu o teu olhar.

sexta-feira, 23 de abril de 2010


hoje tenho as unhas pintadas de pink

hoje a chuva refrescou os meus passos

hoje levei meu cachorro por um novo caminho

hoje dormi e senti preguiça

hoje eu fui muitas

hoje eu chorei vendo filme água com açúcar

e me deixei ser romântica novamente

e me permiti sonhar com as bobeiras que toda mulher sonha

e gostei de colocar a mesa para o meu jantar

e senti a água batizando o meu corpo

e agradeci pela vida que está viva em mim

hoje eu senti alegria rasteirinha: daquela simples, cotidiana.

nada de extraordinário aconteceu

e hoje a felicidade bateu aqui: na minha porta.

domingo, 4 de abril de 2010

Tempo, tempo, tempo...

Dia desses vi um velhinho, muito velhinho mesmo, caminhando pela rua.
Ele andava len-ta-men-te, como se tivesse todo o tempo do mundo ou como se o tempo não o atrevessasse mais. Ele estava acima da correria das horas e dos dias.

Pensei em mim e tantos de nós que ainda se atropelam sem espaços nas agendas, reféns de calendários e obrigações da folhinha que dita a vida em sociedade. Com escassas oportunidades de ver os amigos caros, apreciar dias de sol, compreender tardes de chuvas, agradecer pelas tempestades e poeira, achar na espera de uma fila a possibilidade de um afeto, transitar entre o abstrato e a atitude com paciência, colhendo frutos em cada coisa.

Oxalá eu consiga ter o tempo por companheiro, que ele me desafie a chegar cada vez mais perto da minha essência, perdendo as folhas e flores, quebrando alguns galhos, mas sempre fortificando a raiz do amor que é a minha semente, para brotar alegria e vontade aonde quer que eu possa renascer.

Hoje, no meu aniversário de 32 anos, gostaria de presentear a todas as pessoas com essa reflexão sobre o valor do tempo que temos...

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Chegadas e partidas

Tenho pensado muito sobre esse tema.

Talvez porque, mais e mais, a vida venha me trazendo oportunidades de olhar para isso, de me olhar.

E, sabe o que mais? Acho que quero menos. Pisar nos freios e não apostar todas as fichas. Viver o que é, como é e aprender... que cada coisa, pessoa, situação é o que pode; sem demagogias, filosofias ou ideologias.

É, tão somente, a vida acontecendo para nos fazer amadurecer.