domingo, 4 de abril de 2010

Tempo, tempo, tempo...

Dia desses vi um velhinho, muito velhinho mesmo, caminhando pela rua.
Ele andava len-ta-men-te, como se tivesse todo o tempo do mundo ou como se o tempo não o atrevessasse mais. Ele estava acima da correria das horas e dos dias.

Pensei em mim e tantos de nós que ainda se atropelam sem espaços nas agendas, reféns de calendários e obrigações da folhinha que dita a vida em sociedade. Com escassas oportunidades de ver os amigos caros, apreciar dias de sol, compreender tardes de chuvas, agradecer pelas tempestades e poeira, achar na espera de uma fila a possibilidade de um afeto, transitar entre o abstrato e a atitude com paciência, colhendo frutos em cada coisa.

Oxalá eu consiga ter o tempo por companheiro, que ele me desafie a chegar cada vez mais perto da minha essência, perdendo as folhas e flores, quebrando alguns galhos, mas sempre fortificando a raiz do amor que é a minha semente, para brotar alegria e vontade aonde quer que eu possa renascer.

Hoje, no meu aniversário de 32 anos, gostaria de presentear a todas as pessoas com essa reflexão sobre o valor do tempo que temos...

2 comentários:

Pablo Carvalho disse...

Eu sempre me lembro de um trecho do filme Baraka, onde um monge caminha no meio de uma multidão de pessoas nas ruas, bem lentamente. Ele toca o sino que carrega nas mãos a cada passo que dá. Bem. Devagar. Sinalizando cada pequeno passo, mostrando a importância de cada momento. As pessoas ao redor, indiferentes, andam no ritmo louco da metrópole, buscando sabe-se lá o quê. A impressão que eu tive é que o monge é quem andava no ritmo ideal, vivenciando literalmente cada passo desta vida. É a reflexão de quem passa pelos 30 anos, quando alguns dos sentidos da vida são atirados em nossa cara. Como um balde de água fria, que assusta, encharca e, principalmente, desperta.

Feliz Aniversário, minha amiga amada.

Maísa Picasso disse...

Omodeus,
adorei o desenho da menininha. :)

A gente tem pressa quando não sabe aonde ir ou precisa conquistar. A gente sossega quando o mundo já é nosso, tudo nos pertence e as coisas chegam para nossas mãos sem esforço.