sábado, 30 de janeiro de 2010

Mudanças


Uma vez me disseram da importância de mudar de casa e como isso mexe com a gente.

Achei que era muita filosofia por tão pouco, mas é engraçado que remexe um montão de coisas!

O jeito de perceber as pessoas, de fazer as coisas, o jeito de se relacionar e as prioridades? Muda tudo de lugar.

É incrível, mas mudar muda a gente. (risos)

Estou de namoro com a minha casa nova. Aliás, não é minha, sou sua guardiã por algum tempo que só o tempo sabe quanto é.

Ando cansada com tantas tarefas, responsabilidades e tals. Porém, o outro lado é ter deitados fora as armaduras. O peso ficou para trás, bem como certos medos. A força nasce cada dia como uma onda que vem lá de longe. Cresce, avoluma e quebra pra nascer outra vez.

Eu vejo alguns rostos e acho neles uma beleza e uma coragem que para mim estavam escondidas. Curioso... Mudou aquele rosto ou mudei eu?

Ainda muitos hábitos por morrer e outras manias por nascer. Tudo é limbo agora.

E lindo também. Até as roupas secando aqui no varal me fazem bobamente feliz.

Ah...vento! Tenho ele por companhia. Para varrer o passado, secar alguma dor, renovar as cores da esperança e soprar luz em cada cantinho.

Tantas vezes achei que não seria mais possível. Desacreditei de mim e do tempo. E hoje entendo o tempo e seus motivos. Entendo que tudo eram escolhas. E os novos caminhos que já me aguardavam só abriram porque eu assim decidi. E quando as coisas estão prontas para acontecer, basta um passo: e tudo acontece. Não como o sonho deseja, mas como a alma requer.

Sempre assim. Sempre assim.

Vida nova

Finalmente a casa nova.
O ar que eu sempre quis
O silêncio que eu sempre esperei.
Chegar em casa hoje é estar no meu templo
Aqui nesse lugar em que posso me desmanchar, me desfazer, esparramar tudo.
Espaço
Sempre precisei de muito dele. Não sei bem porque.
Espaço para estar, fazer ou, simplesmente não fazer nada.
Agora estou no meu reino. Sem súditos, sem tronos, sem coroas.
Apenas com o silêncio, o espaço e a liberdade que sempre quis.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

"Eu quero a sorte de um amor tranquilo..."
Hoje inauguro o meu caminho do meio.
Altos e baixos me tem cansado a beleza, confesso.

Nada mal querer muito, amar por inteiro, dançar até o sol raiar, comer de tudo, suar em bicas, tomar banho de perfume, falar até debaixo d´água. Mas, reconhecer a delicadeza das emoções mornas é um presente grato para a alma.

Estar nos extremos é pura excitação, mas caminhar serenamente pelo meio é aconchegante.

É macio não sentir arroubos e isso me conforta. Sempre afeita aos oito ou oitenta, estou descortinando emoções totalmente novas. E, por isso mesmo, ricas de significado.

A dança suave que liga o tudo e o nada me trouxe cadência, ritmo e respiração tranquila. E com isso é possível ouvir estrelas, cantar a minha própria canção, palmilhar galáxias e tantos infinitos mundos. A vastidão se agiganta quando a pressa termina, quando cabe mais ar em cada narina, quando elejo mais nuvens no céu que me guia.

Olho teus olhos e tudo fica mais claro e também mais manso. Não é saudade, é afeto o que me fortalece. Um carinho insuspeitado me vai enchendo e esvaziando como marés cotidianas. Aqui tenho licença para ser feliz porque nada busco ou espero. E aqui também acontece o encontro entre o silêncio e o amor. E ambos são largos. Mais que sentimentos ou emoções, são estados de espírito para construir a vida todo dia.

Falando em vida, chegamos aos 2010 anos de idade cheios de festa, esperança, brilhos e crenças.
Tudo parece ganhar vida nova: sonhos e vontades.
Quero um ano mais calmo, leve, integro; que eu possa brindar mais emoções mornas e gentis e descobrir o amor que mora dentro das pessoas, mesmo as de capa preta e corpo fechado; descobrir mais amor dentro de mim mesma e, assim, cobrir meus pés com flores amarelas, que me lembram de ter sabedoria para usar a cada novo dia.