sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

"Eu quero a sorte de um amor tranquilo..."
Hoje inauguro o meu caminho do meio.
Altos e baixos me tem cansado a beleza, confesso.

Nada mal querer muito, amar por inteiro, dançar até o sol raiar, comer de tudo, suar em bicas, tomar banho de perfume, falar até debaixo d´água. Mas, reconhecer a delicadeza das emoções mornas é um presente grato para a alma.

Estar nos extremos é pura excitação, mas caminhar serenamente pelo meio é aconchegante.

É macio não sentir arroubos e isso me conforta. Sempre afeita aos oito ou oitenta, estou descortinando emoções totalmente novas. E, por isso mesmo, ricas de significado.

A dança suave que liga o tudo e o nada me trouxe cadência, ritmo e respiração tranquila. E com isso é possível ouvir estrelas, cantar a minha própria canção, palmilhar galáxias e tantos infinitos mundos. A vastidão se agiganta quando a pressa termina, quando cabe mais ar em cada narina, quando elejo mais nuvens no céu que me guia.

Olho teus olhos e tudo fica mais claro e também mais manso. Não é saudade, é afeto o que me fortalece. Um carinho insuspeitado me vai enchendo e esvaziando como marés cotidianas. Aqui tenho licença para ser feliz porque nada busco ou espero. E aqui também acontece o encontro entre o silêncio e o amor. E ambos são largos. Mais que sentimentos ou emoções, são estados de espírito para construir a vida todo dia.

Falando em vida, chegamos aos 2010 anos de idade cheios de festa, esperança, brilhos e crenças.
Tudo parece ganhar vida nova: sonhos e vontades.
Quero um ano mais calmo, leve, integro; que eu possa brindar mais emoções mornas e gentis e descobrir o amor que mora dentro das pessoas, mesmo as de capa preta e corpo fechado; descobrir mais amor dentro de mim mesma e, assim, cobrir meus pés com flores amarelas, que me lembram de ter sabedoria para usar a cada novo dia.

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