domingo, 6 de julho de 2008

olhos cor de azeitona

Os olhos do Daniel eram cor de azeitona
e me acenavam com um olhar envergonhado de criança
descoberta em sua existência silenciosa
seus olhos conversavam com o meu sorriso
que ele fingia não ver, escondendo a cabeça.
Sua mãe parecia envolta em pensamentos duros, a boca cerrada, olhos vagos caçando pela janela algum motivo para sair dali.
eu e Daniel continuamos a nos conhecer por aquele código simples que há no universo das crianças:
a gente olha para elas e elas escondem o rosto
a gente sorri para elas que fingem não perceber
a gente continua rindo e o seu coração vira roda-gigante
elas riem, acenam, mostram os poucos dentes e viramos amigos de sempre.