sexta-feira, 23 de julho de 2010

até debaixo de chuva


Ir à praia é sinônimo de encontrar o sol, certo?

Errado.

Pra mim, que amo sol e mar, ir à praia é ter calmaria e encontro.

Por isso, as oportunidades de voltar a ver o mar, pisar na areia e sentir brisa e maresia são encontros com a minha natureza, meio que voltar à infância.

Daí, faça chuva, faça sol, a praia vira presente, eu viro criança boba correndo pelas areias com vento e sal por todo lado e o céu é testemunha da minha felicidade e toda traquinice que me é liberada.

Enfim, estou de volta ao mar. Contando as horas, coração aos pulos, já antecipando o colorido que invade meus olhos e deixa meu coração calmo, silencioso e a alma bebe quietude e redobrada energia.

Aqui vou eu: benzer-me nas águas, batizar meus sonhos, pedir lecença para que o futuro seja agora a benção maior que recebo do alto ou do fundo, céu ou mar, coisa só. Tudo é ilimitado, mágico e divino.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

presente do momento






Tem coisas que não se explicam mesmo. Nem adianta.
Tem dias que ficam pra sempre. Outros que melhor nem lembrar.
Tem gente que vem e vai. E aquelas que são para sempre.

O que tenho percebido é que, no fim das contas, poucas coisas realmente são essenciais. E que fazemos muitas tempestades que são copinhos de água fresca. Mas, nunca é fácil distinguir uma da outra no calor das horas e a gente só faz o balanço quando fecha o mês, nunca no meio. Ahá!

Estou saindo de um mergulho de meses. Sentindo novamente brisa e sol. O tempo tem ajudado, louvado seja, e vir á tona foi mais tranquilo. Depois de ir no fundo, a gente volta de alma mais leve, querendo fazer menos sentido, sem rédeas de nada nas mãos.

Assim me sinto: nascendo mais uma vez. Olhando com olhos de esperança para o que me rodeia, embora o coração olhe as placas desta vez, para saber por onde caminha. Atenção sem tensão.

Uma compreensão fina das últimas cenas, intuição reforçada, sentimento renovado.

O coração menos exigente e mais largo. Talvez isso seja amadurecer, crescer, cansar... lá sei eu. O que sinto de verdade é a sensação morna e acolhedora do que é amor. E deixo-a me invadir, como a luz do dia que teima em invadir as frestas da noite e do cansaço.

Sinto coração calmo e asas frescas, lavadas no batismo do tempo, assanhadas no vento de agora que traz um chamado de refazimento, reconstrução... sem dúvida algo está em semente: o sagrado presente deste momento.

E sorrio um sorriso que quase ninguém poderá entender.