quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

a vida e o picadeiro

Trapalhadas e cambalhotas. Assim venho dividindo meu tempo, entre palco e bastidores.
Desde a mudança de casa, a vida resolveu dar pinote. Alguma indigestas supresas, outras dulcíssimas revelações.
E nesse embalo, a gente tem duas alternativas: queixar ou superar.
Fácil? Nem um pouco. Até pelo costumeiro hábito de contabilizar mazelas. Infelizmente reconheço que todos temos um tiquinho desse troço guardado no gene. :/

Mas, com algum esforço e vontade, a gente muda o disco, sobe no picadeiro, faz palhaçada e ri da gente mesmo, das bobices que nos fazem humanos. A gente somos essa soma. E aí? Melhor coisa é abraçar o momento, entender o recado, passar a mensagem adiante para beneficiar quem quer que seja. E essa vida é teia e todos estamos interconectados; mais do que desejamos, mais do que supomos.

E no apagar e acender das luzes, eu no picadeiro escolhi os amigos e o riso. Fórmula imbatível para se manter lúcido em meio às tormentas. E foi rindo que encontrei calma. Foi respirando que achei espaço. Foi me acolhendo que entendi alguma coisa. E ouvindo outros, pude escolher. A vida vai continuar acontecendo com suas esquinas e surpresas. E eu vou continuar subindo no palco, trombando e dando cambalhotas. Vezes escorregando, vezes caminhando em segurança. O show tem de continuar e a caminhada ainda é só no começo.

Depois da chuva, faz silêncio.
E agora eu escuto muito mais as ausências e as compreendo melhor.
Hoje eu me sinto melhor, pois me tirei da sala de espera. Não sou mais visita de mim. Faço mais parte, mais integrada ao que escolhi ser. Cada vez chegando mais perto.
Eu. Narizinho de palhaço, descobrindo a vida em colorido e graça, para fazer da alegria o remédio eterno para a dor.

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