sábado, 29 de agosto de 2009

Muros nossos de cada dia

Ela não me disse o que pensava. Ele me disse o que achou que ela devia ter feito, mas não disse a ela o que pensava. Ela pensou outra coisa que não disse. Falou de outro jeito o que pensou. Pensou melhor depois. Deveria ter dito?
Ele não pensou em nada. Falou o que entendeu, de um jeitinho polite.
Eu não entendia nada.
Ela falou o que lhe ditou a pressa. O medo fez ele responder de pronto. Ninguém pensou em nada. Só existia sede.
Ele apressou todo mundo. Todo mundo apavorado sofria em silêncio.
Um chope estalou gelado na gargante sufocada.
Ele não sabe o que ela pensa. Ela na ouve o que ele diz. Ela escuta? Ele percebe?
O muro está ali. Todo mundo subiu nele.
Escuta: tem alguém aí embaixo? Me tira daqui.

Um comentário:

Unknown disse...

A-DO-REI!!!!!
Lindo, lindo.