quinta-feira, 15 de setembro de 2011

vida no gerúndio

Descobri que gosto de espaços.
Onde caibam a dúvida, a surpresa, o feio e o bonito.
Mas há espaços que separam, como fronteiras.
Desses, descobri que nao gosto.
Me trazem angústia.
Espaços coloridos, por vezes caóticos ou barulhentos, onde cor e som tem a licença poética de sobra, são espaços onde a vida acontece.
Espaços onde se pode existir, acertando ou errando. Tanto faz.
Mas há espaços que são de um silencio macilento, quase como não-vida.

Onde tudo ou é preto ou é branco, ou é dia ou é noite. Um ou imperativo que aniquila a novidade, os mistérios em cada esquina.
Estranho desconforto, como se sempre fosse prenuncio de chuva e ela não fosse acontecer.
Não sirvo em absoluto para esse lugares. Minha alma pede as infinitas surpresas escondidas que aqui soam impensáveis.
E quero a vida vivendo, no gerúndio mesmo, com todos os percalços e desafios grmaticais ou não que isso pode significar.
Esse negócio de futuro do pretérito, não serve para uma ariana, assim aperreada, feito eu.

3 comentários:

Maísa Picasso disse...

achei lindo!

Pablo Carvalho disse...

Especialmente porque o vôo não é só o aprender o uso das asas e os humores do vento. O verdadeiro vôo traz consigo as nuvens, o azul, os prédios, os outros pássaros, o estiligue e sua pedra, a minhoca que alimenta, o perigo de um predador, o frio das alturas, os balões, aeroplanos, a copa das árvores, a ascensão definitiva e todas as quedas do ensaio. O verdadeiro vôo inclui o chão.

Maísa Picasso disse...

Quero mais!