sábado, 17 de janeiro de 2009


Reflexões da TPM



Por que cargas d'água a gente sofre de tpm?

Sempre me perguntei sobre a inutilidade desse estado quase sempre muito lamentável pelo qual tantas mulheres, como eu, atravessam.
Hormônios em montanha-russa (será que pelo novo acordo ortográfico ainda se escreve assim?), emoções em ebulição. O mais certo é que a gente se transforma nos extremos de nós mesmas. É tantas vezes engraçado perceber que mora uma bruxa louca ou uma bonequinha de louça dentro da gente que até então parecem desconhecidas. Tem gente morando dentro da gente, que só sai uma vez por mês para dar trabalho e vexame. É isso? Aparentemente sim. Antes eu maldizia a danada da tpm. Depois de quase matar um namorado do coração e quase encher de sopapos um atendente de banco, optei pelos florais e homeopatias, o que resolveu por um bom tempo a questão e a meninas daqui de dentro adormeceram por meses a fio.

Hoje, sem meus frasquinhos mágicos, estou lidando com a tpm de modo diverso: choro quando tenho vontade (esses dias foi assistindo o programa da Angélica), faço umas barbaridades de vez em quando (como chorar na mesa da minha chefa ao dizer que não podia trabalhar no sábado, foi ridículo) e procuro manter distância de tudo que possa representar perigo, mesmo que nem sempre dê certo.


Hoje sei que é preciso respeitar este momento, com algum controle e observação, mas nossas emoções pedem passagem e elas querem dizer alguma coisa relevante, sempre.

O bom de tudo isso é que descobri que a tpm é um período de expurgos e limpeza: física quanto mental. Então, a natureza te obriga a recolher energias, ouvir mais e falar menos, agir menos e sentir mais, observar, aquietar. E é gostoso fazer esse movimento que é todo para dentro, para a casa, dar a volta e ver como andam as coisas no nosso quintal. As descobertas podem ser lindas e riquíssimas. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas a tpm é valiosa para mim, rica em possibilidades de encontro, desconstrução e repouso. Nessa onda em que subo no meu próprio altar e me sacrifico, morrendo, sangrando para renascer inteira novamente.

Estou feliz com a descoberta e no meu retiro estou assitindo pela primeira vez (sei que a Lidi vai ficar feliz com isso!) a coleção Star Wars inteirinha e curtindo cada cena (não sem uns cochilos, Lidi, desculpa).


Tudo bem bom e sob controle, embora as luzes do "perigo: produto inflamável" permaneçam acesas por via das dúvidas.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá Mozana

Parabéns pelo blog.....
Katita

Pablo Carvalho disse...

Fiquei um tempo sem vir aqui, Moca, é verdade. Mas acumulei a surpresa maravilhosa de te encontrar mais madura e contente em cada texto, fico muito feliz com isso. Deus te abençoe, minha querida amiga...

Anônimo disse...

Êh, Jung e essa sincronicidade arretada!
Justo hoje, quando eu, no auge da minha tpmonstra, busco um aconchego de um texto amigável, leio tudo isso... nem que seja pra me forçar a refletir também...
Saudades gigantescas de ti e do teu sorriso de iluminar clareira...
Um chêro do tamanho de minha saudade!