domingo, 9 de novembro de 2008



Sentir amor

Dia desses, lá ia eu para a terapia e pensei em você. Senti uma pontinha aguda de saudades.
O sol ia nascendo, o ônibus em movimento, pessoas que iam ficando para trás, eu olhando pela janela e ouvindo música no MP3.
A emoção foi pouco a pouco cessando, mansamente.
Naquele momento eu fiz uma escolha. Decidi dali por diante não sentir dor ou saudade.
Percebi o coração ficando grande e parecia que uma luz morna ia se esquentando.
Senti um aconchego e uma alegria singulares. E um texto foi saindo naturalemnte, mais ou menos assim:

Abandonei aqui a saudade, a tristeza, as memórias.
Hoje, apenas sinto.
Desliguei os acontecimentos, as mágoas.
Hoje, apenas sinto.
Acordei da saudade doída, de algum vazio.
E hoje apenas sinto.
Ficou para trás a paixão, o encanto varrido, doido mesmo.
Hoje, apenas sinto.
Escolhi sentir amor.
Um amor que está dentro de mim. Amor que sou eu.
E é imenso, colorido, profundo, vivo, voraz.
Tão melhor sentir amor, ouvir o amor sentindo.
Em vez de padecer de uma saudade melancólica e chovida, decidi ser feliz pelo simples fato de saber que você existe. E isso me trouxe vento fresco, como se uma lufada de entendimento me soprasse por dentro e tudo foi ficando cada vez maior.

Sabe, esta é uma escolha pelo que há de plural em mim.
Ato consciente pelo que me faz mais forte, mais feliz e grandiosamente mais simples.

Toda vez que a vontade de doer vem, eu fecho os olhos e deixo o coração ir crescendo.
E o sol amanhece, os pássaros cantam, as flores balançam, o vento sopra, a campainha toca, tudo se move sem que você sequer desconfie disso.
É a concordância muda do universo, abençoando a sabedoria de caminhos novos, de novos jeitos de sentir amor.

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