terça-feira, 2 de junho de 2009


Como uma onda

É, o mundo passa por transformações profundas neste momento.
Vivemos a era da perda de controle. Que medo! Que ótimo!
Como vamos conviver daqui para frente, vendo ruir aquele sisteminha que nos garantia alguma frágil segurança? Não temos respostas.
Lambadas pra cá, lambadas pra lá e assim vamos chegar nesse futuro que é hoje, o das incertezas e das surpresas.
Sinto o friozinho na barriga, muito mais de excitação que de medo. O novo é bem-vindo embora sempre sacuda a gente com o poder das ondas gigantes, que nos reviram do avesso e nos fazem ver tudo de um outro jeito. E só assim a gente muda: experimentando.
Vivemos no gerúndio: passando, atravessando, vivendo, em transição. Com uma sede danada de infinitivo, e tudo agora são incertezas.
Este é um momento que de nós quer alguma coisa. O quê?
Não sei eu, apenas sinto que o motivo escondido por trás de tudo isso é muito maior do que nós mesmos e nos obriga a ter calma (com+alma) para enfrentar o momento. Podemos sintonizar uma outra frequencia: a da entrega.
Talvez a lição de casa seja essa mesmo: deixar de lado os controles, as rédeas, a necessidade de resposta pronta e clara, de definições exatas. Aprender a viver de um outro jeito mais ilimitado e fluido nos assusta, tão familiares que nos são as fronteiras, mas nos lança em uma dimensão muito mais digna da nossa ilimitada possibilidade de criar e ressignificar a nossa própria existência.
Acredito que as ondas que aí estão passarão e nós, passarinhos, escolheremos em que nos segurar: nas bóias salva-vidas ou nas pranchas do permita-se.
O que você escolhe usar?



Um comentário:

Raquel disse...

Ai, minha quérída...
Eu infelizmente não tenho esse zen em relação a se entregar à maré... O novo costuma ser bem vindo, mas há momentos em que tudo o que a gente precisa é de um porto seguro, um lugar onde o mar não balance e o sono chegue fácil...
Me ensina a ser assim?
Beijos e muitas, muitas saudades!