Boa surpresa quando a gente lê um velho livro e se depara com um trecho todo novo. Um achado que conspira universalmente com o seu momento de vida.
O de hoje falava de vazios e bambus. Diz que o bambu se mantém flexível porque seu interior é oco, vazio Se cheio fosse, quebraria, romperia. E a ligação direta com nosso mundo interno. Nós, quando cheios, somos copo que transborda e nada cabe: corpo, mente e espírito. A carapuça cabe em todos. Em mim, inclusive.
Lembrei do post de ontem, onde eu sentia falta de silêncio.
E silêncio é espaço no meio da algazarra. Lacunas.
O vazio que faz caber coisas, significados, pessoas e sentimento.
Daí que tive um dia lotado de trabalho, mas houve espaço para almoçar com pessoas queridas que me fizeram chorar de rir. Então, eureca: houve vazio para rir. De mim, dos outros, da vida. Houve espaço para reconhecer que o momento é este que escorre agora mesmo. Que a gente tem de fazer como nos guarda-roupas abarrotados: empurra daqui, dali, joga aquela peça mais velha fora, doa aquele moleton que nunca mais vai usar, as bijuteria que não tem mais a sua cara e deixa espaço. Para o que ainda não chegou, e que só vem quando convidado. Não pela consciencia clara e direta. Flecha. E sim, pelas pistas sutis e vacilnates que abrem caminho. Ondas.
Um comentário:
Precisando ler velhos-novos livros que me façam chorar de rir.
Urgente.
:)
Beijo e saudades dos bambus do aeroporto de Salvador.
Ai!
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