Poder escolher meus caminhos, poder trabalhar e ganhar minha grana.
Viajar e conhecer gente diferente. Namorar e morar sozinha.
Ser gente grande era sinônimo de independência. E até de desenvolvimento.
Gente grande não sente medo, mata a sede e sempre sabe o que fazer.
Eu devia ter meus sete ou oito anos quando pensava assim.
É, faz tempo.
Hoje eu já quadrupliquei essa idade e continuo achando que ser gente grande é bom negócio.
O que mudou?
Eu descobri que ser gente grande não tira medo, só se mata a sede se você reconhecer que ela existe - e isso às vezes dá um baita trabalho -, e saber o que fazer é a grande pergunta não respondida ao longo de uma vida inteira de cabeçadas. E o mais engraçado que consegui aprender até hoje - o que não é fixo, porque ainda estou crescendo -, é que o coração de gente grande carrega os mesmos sonhos que o de uma criança, só que com menos ternura. Vai entender...
E são esses mesmos sonhos que fazem a gente prosseguir em busca de um não-sei-quê que pode estar do lado de trás do arco-íris, do abraço de um amigo ou do colo de um afeto.
Ser gente grande é assim mesmo: dá um trabalho danado, mas é gostoso à beça.
:)
2 comentários:
Eu também passei a infância esperando crescer para acontecer. Acontece que cresci, e descobri que o corpo muda, mas a gente continua o mesmo. Amadurecer é aprender a não correr para atravessar a rua. É esperar pelo doce que virá de sobremesa, não antes. É brincar de casinha, boneca e escritório, só que valendo a vida. E mais tarde entender que a vida, que esperamos acontecer e aconteceu como pôde, era apenas uma grande brincadeira. Que ser grande de verdade tem menos a ver com o tempo que com nossas escolhas... mega abraço, Moca.
Eu só quis ser gente grande quando criança porque sofria muito. Na juventude não quis crescer muito, mas cresci mesmo assim ;) E agora que adultei fico pensando que meninice é o que há de mais 'muderno' nessa vida :)
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