Às vésperas do aniversário eu gosto de voltar o filme e lembrar do que passou. Isso faz parte do meu ritual de honrar o tempo que me trouxe até aqui e agora.
Eu fico pra dentro, fazendo silêncio, limpando as vidraças.
Não foi fácil, foi preciso.
Doeu um monte, cortei cordas, emendei fitas, reatei laços, tirei uns nós e rasguei uns panos por aí.
Tudo importante. Tudo na medida.
Não pensei que seria possível dizer isso assim: mas agradeço a tudo o que passou e foi difícil e a tudo o que passou e foi maravilhoso.
A maior lição? Tudo, absolutamente tudo, passa.
E tudo, absolutamente tudo, tem seu preço. A gente decide quanto vale, se vale e vai na fé. Mesmo que ela seja pouca e a carne fraca.
Aprendi que do chão ninguém passa e que mora dentro da gente uma força gigantesca. Um poder louco pra ser descoberto finalmente e finamente utilizado.
Que tudo o que acontece lá fora é reflexo do que se passa cá dentro. Não tem outro jeito...
E que sempre haverá primavera e verão onde o inverno pisou.
E daí os novos horizontes vão chegando mansos, trazendo sua maré de novas chances, bons corações e grandes oportunidades. Pra viver tudo de novo, agora com mais verdade, com mais lucidez e muito mais força.
E acima de tudo?
Ah, com muito, mas muito mais amor pela vida, pelos seus movimentos sábios (mesmo que incompreensíveis) e uma confiança danada de grande de que tudo o que vier tem mesmo de vir pra fazer crescer. E a resposta é sim, eu topo.